Quando descobri, recentemente, que era possível adquirir um título de nobreza alemão, dei muitas risadas. Como assim, era possível tornar-se uma condessa? Não é necessário nascer da nobreza ou casar-se com um nobre para pertencer a ela?
Bem... Sim e não :)
Quando em 1919 a Constituição de Weimar aboliu o título de nobreza na Alemanha, tudo que havia sobre a nobreza mudou. Os homens foram considerados iguais perante a lei e perderam seus títulos, mas não seus nomes. Eles puderam continuar a usar seus nomes aristocráticos (que na Alemanha, muitas vezes, vem adicionado à palavra "Von", ou seja, "de"(no sentido de proveniente de) , mas não detinham mais o poder ou as funções de antes. Na Áustria, por exemplo, nem mesmo isso os nobres puderam manter.
(Salto no tempo, para os dias atuais).
Na década de 90 tornou-se possível, na Alemanha, comprar títulos aristocráticos cujas famílias tinham se extinguido, e revendê-los. Caso um nobre falecesse sem descendentes identificáveis, o título permaneceria inativo até que alguém o reivindicasse. Foi assim que algumas empresas adquiriram direitos sobre os nomes de famílias nobres falecidas, para as quais não existiam parentes vivos, e passaram a comercializá-los.
E foi assim que cheguei até eles, e tive ideia para um dos prêmios a serem sorteados durante a divulgação do livro Lady Audácia: um título de Condessa!
"Pera, Karina: quer dizer que, se alguém ganhar, será realmente uma condessa? Com direito a herdar alguma coisa?"
Não. Segundo a firma explica, o título vale como um nome de artista. Você não precisa de permissão para usar um nome artístico, simplesmente pode fazer isso. E é isso que eles afirmam e vendem: com o título que eles têm lá no arquivo deles, você pode se chamar assim.
"Mas isso é legal?"Você se pergunta.
Sim. Segundo a empresa, ”em termos de livre escolha de nome, é legal na Alemanha comprar e usar um título aristocrático. No entanto, o título não faz de você um nobre de verdade; você adquire o título com brasão e o direito de usar esse nome. Infelizmente, não se pode adquirir um título de nobreza “real"", nem mesmo herdar aquilo que a família falecida deixou.
Sendo assim, foi esse um dos prêmios que decidi dar para quem me ajudasse a fazer o livro ganhar o mundo. A ganhadora do sorteio ganharia um título (assim como seu marido!), seu próprio brasão digitalizado, um certificado em papel confirmando a nomeação (no formato A4 e pronto para ser emoldurado, baseados nos documentos medievais originais) e um título aristocrático!
Um grande beijo e até o próximo post!
Karina
Simplesmente achei fantástico essa ideia, para um amante da literatura de época é algo que já sonhara.