No livro A Dama da Trapaça, a personagem Emma é convidada para uma dança, e essa dança é uma valsa. Conhecida no mundo inteiro, a valsa teve sua origem na Alemanha, e não era vista como a dança romântica que é hoje.
Segundo achei nesse site aqui, a forma original da valsa surgiu entre os camponeses alemães por volta do século XIII , que criaram a dança folclórica bastante diferente de todas as danças da corte que eram populares na época. "O nome deriva de walzen - “girar” em alemão - e pode ter se desenvolvido a partir da música folclórica da região ocidental do Tirol, na Áustria," diz esse outro site. "Mas qualquer que seja sua origem exata, no final dos anos 1700, a valsa se espalhou por toda a Europa. Ela era particularmente popular entre os jovens da classe média alta, a expressão perfeita de uma nova burguesia confiante, que estava descartando os costumes aristocráticos de seus idosos."
Quando a dança apareceu pela primeira vez nos salões de Viena, causou indignação. Os críticos conservadores consideraram a dança muito tátil, e deixava o casal próximo demais. Até então, os dançarinos podiam, no máximo, dar as mãos enquanto executavam coreografias complexas.
Em 1818, Madame de Genlis, governanta da família real francesa, disse que a valsa corromperia qualquer jovem honesta que a dançasse:
“Uma jovem mulher, levemente vestida, se joga nos braços de um jovem. Ele a pressiona contra o peito e a conquista com tanta impetuosidade que ela logo sente seu coração bater violentamente enquanto sua cabeça nada vertiginosamente! É o que chamam de valsa!"
O problema era que a valsa permitia que os parceiros se aproximassem e se abraçassem enquanto giravam. Certos manuais até mesmo recomendavam que apenas as mulheres casadas a dançassem, pois era imoral demais para os solteiros.
Só que nenhum desses protestos impediu que a valsa se espalhasse pela Europa — e o mundo. Sua popularidade levou à criação de um novo tipo de estabelecimento: o salão de dança público. O primeiro, em 1760, foi aberto na Inglaterra, mas logo outras capitais européias seguiram o exemplo. em 1800, o Apollo Hall de Viena tinha cinco salões de baile.
Quem mais gostou da nova moda foram os jovens: eles abraçaram a ideia e a dança cresceu em popularidade. A dança acabou inspirando muitos compositores austríacos, como Johann Strauss, compositor da mais valiosa valsa vienense: "O Danúbio Azul."
A partitura original de “O Danúbio Azul”, escrita em 1867 por Johann Strauss.
A Forma moderna da Valsa
"A forma moderna da valsa nasceu nos subúrbios de Viena e nas regiões montanhosas da Áustria e foi criada não para ser usada por dançarinos folclóricos, mas para a corte. Antes desse tempo, todas as danças da corte eram rígidas, imponentes, solenes, baseadas em procissões, muito bem controladas, com movimentos e horários complicados. A valsa mudou isso com a introdução da dança de forma livre, com posição próxima das danças, o que imediatamente provocou revolta e escândalos dos amantes tradicionais da antiga dança de salão."
Uma das principais razões para a valsa popularizar-se foram as criações musicais fenomenais de Johann Strauss e Franz Lanner. "Sua música ecoou pelos corredores da Áustria e da Alemanha, espalhando-se por toda a Europa e destruindo o sentimento de que essa dança era imoral e escandalosa." A valsa entrou nos Estados Unidos em meados do século XIX e, no início do século XX, já estava por toda a parte.
Fica aqui uma parte do Danúbio Azul <3 (Não é a toa que a Emma perdeu o ar. A dança é agitada!)
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