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Foto do escritorKarina Heid

A Versão Vitoriana de Comer, Rezar e Amar

Atualizado: 6 de fev. de 2020

Como a vida de Isabella Bird moldou a personagem Emma Thiessen no livro A Dama da Trapaça. Até onde você iria pela liberdade?




Quando eu estava criando a Emma, a intenção era fazê-la um pouco trapaceira. Ela enganaria a família de que era frágil e adoentada para escapar das demandas da sociedade da época. Só que, com o passar do tempo, ela foi mudando. Ao invés de dizer que tinha problemas, eu a coloquei realmente adoentada. E acabei achando, na vida real, a mulher perfeita para inspira-la.


Isabella Lucy Bird (que viveu entre 1831 e 1904) foi uma exploradora britânica do século XIX, escritora, fotógrafa e naturalista, que entrou para a Sociedade Geográfica Real.


Desde a infância Isabella mostrou uma constituição frágil. Segundo achei na Wikipedia, ela era filha de um reverendo, e sofria de queixas na coluna, dores de cabeça nervosas e insônia. O médico recomendou como tratamento que ela levasse uma vida ao ar livre (adoro essas recomendações do séc XIX), e, assim, Isabella acabou aprendendo a amar o mundo fora de casa. Pelo fato de sofrer muito com a insônia, e a família vivia se esforçando (e mudando-se) para melhorar sua saúde. Na intenção de animar seu espírito, seus pais a enviaram para os Estados Unidos,por volta de 1850, e suas cartas do outro lado do oceano formaram a base de seu primeiro livro, "An Englishwoman in America" (1856).


De enferma a aventureira


"Para o benefício de outras viajantes, gostaria de explicar que meu vestido de passeio havaiano é o "vestido de senhora da montanha americana , uma jaqueta meio ajustada, uma saia que chega aos tornozelos e calças turcas cheias de babados por cima das botas, um traje feminino e muito útil para o alpinismo e outras viagens difíceis, como nos Alpes ou em qualquer outra parte do mundo. — Isabella Bird, "A vida de uma dama nas Montanhas Rochosas"

Em 1872 ela deixou a Grã-Bretanha novamente e partiu para a Austrália, em seguida para o Hawai (conhecido na Europa como Ilhas Sandwich). Lá ela escalou montanhas e vulcões (de saia, como pedia a época!), e então mudou-se para o Colorado, onde trabalhou como enfermeira.


O tempo que Isabella Bird passou nas Montanhas Rochosas foi "especialmente animado." Lá ela conheceu Jim Nugent, ou "Rocky Mountain Jim", um pioneiro caolho com afinidade para a violência e a poesia. "Um homem que qualquer mulher poderia amar, mas que nenhuma mulher em sã consciência se casaria", declarou ela em uma seção do livro que escreveu sobre suas aventuras nas Montanhas. Como eu tenho um faro para romances ( na vdd, para imaginar romances em toda parte), fui atrás de uma foto desse homem, e achei esse desenho. (Se quiserem saber mais, clique na foto e leia a reportagem. Está em inglês) Infelizmente, Rocky Mountain Jim foi morto a tiros menos de um ano depois que o livro foi publicado.


Casamento? Sim! — E mais viagens!


"Tudo sugere um além." — Isabella Bird

Em 1881 ela aceitou a proposta de casamento de John Bishop, mas seu casamento não durou muito. Com sua morte prematura, ela acabou herdando sua fortuna e decidiu partir com quase 60 anos para a Índia. Lá ela visitou Ladakh nas fronteiras do Tibete e depois viajou na Pérsia (Irã), Curdistão e Turquia. Na Índia, o marajá da Caxemira doou a ela um terreno para um hospital, onde ela conheceria Fanny Jane Butler, e com ela fundaria o John Bishop Memorial Hospital, em Londres. Do Baluchistão ela partiu para a Pérsia e Armênia, explorando a nascente do rio Karun.


Em 1890 ela se tornou a primeira mulher a ser premiada com a Honorary Fellowship da Royal Scottish Geographic Society. Dois anos depois, ela se tornou a primeira mulher a ingressar na Royal Geographic Society, e foi eleita membro da Royal Photographic Society em 12 de janeiro de 1897. Sua grande jornada final ocorreu em 1897, quando viajou para os rios Yangtze e Han na China e na Coréia, respectivamente. Mais tarde, foi para o Marrocos, onde ganhou até mesmo um cavalo de presente do sultão.




Morte e Legado


Alguns meses depois de ter retornado do Marrocos, Isabella adoeceu e morreu em Edimburgo, no dia 7 de outubro de 1904. Suas viagens tornaram-se livros, e sua vida, biografias. Ela teve regiões do globo batizada com seu nome, inspirou filmes, mangás, e hoje é conhecida como uma pioneira, uma aventureira em uma época em que o mundo das mulheres girava em torno da sala de suas casas.


Se essa não foi uma mulher inspiradora, não sei mais o que inspiração é! :)


Beijos carinhosos e até a próxima!

Karina



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